O que o seu sono está construindo?

O sono é um pilar da saúde integral. Se você se preocupa com o declínio do seu envelhecimento que vem, é melhor você ir dormir.

Você já parou para observar o que o jeito como você dorme está construindo na sua vida? Se sente exausta, irritada, com dificuldade de se concentrar?

Será que a forma como você tem dormido está nutrindo ou drenando você, seus relacionamentos e os seus projetos de vida?

E se o sono fosse, na verdade, um dos hábitos mais importantes da sua saúde — você tem avaliado como está a qualidade do seu sono e fazendo escolhas preventivas para dormir melhor?

Cuidar da quantidade e da qualidade do nosso sono é essencial para a nossa saúde e bem-estar.

E se pudéssemos acordar todos os dias sentindo energia para viver o nosso dia?

Olá, tudo bem? Como está tudo por aí?

Na última edição falamos sobre a importância de nos pertencer, autenticidade e comunidade. E hoje vamos mudar completamente. Quero abrir espaço para um pilar tão básico e tão essencial da saúde que, justamente por parecer óbvio, quase sempre passa despercebido: o sono.

Dormir deveria ser tão natural quanto respirar, mas fomos, ao longo da vida adulta, normalizando a exaustão.

Cortamos horas de descanso para dar conta de tudo, acreditando que o corpo se adapta, que a mente aguenta, que depois compensamos. Só que não compensamos. Criamos uma dívida que não se paga com um final de semana dormindo até mais tarde.

Por isso, hoje quero trazer clareza para algo simples: o seu sono influencia absolutamente tudo na sua vida.

É um dos modos mais fáceis e eficazes de melhorar todas as funções cerebrais, como a capacidade de aprender, consolidar memórias e interpretar informações — além de melhorar todos os sistemas do organismo.

Dormir bem é sobre saúde integral. É a base da nossa vitalidade.

Vamos juntas?

Marina Rondon

Por que o sono é um pilar essencial da saúde?

Durante muito tempo, reduzimos a saúde ao oposto de doença. “Se não tenho um diagnóstico, devo estar bem”. Ou no máximo, avaliamos se estamos ativas fisicamente ou não. Como se saúde fosse só a saúde física.

Tem gente que cuida da alimentação, mas apenas quando o peso incomoda. Como se peso fosse a única referência de “estar bem”. Depois da pandemia, abrimos espaço para falar mais sobre saúde mental, o que foi um avanço enorme. Mas temos muito o que evoluir.

Qual você acha que é um grande pilar da saúde — aquele que inclusive é suporte para comer melhor, ter mais saciedade, regular a fome, equilibrar hormônios como cortisol e leptina, ter disposição para treinar, ter mais energia no dia, regular o humor, tomar melhores decisões, trabalhar melhor… ser uma pessoa melhor?

DORMIR.

Durante o sono ocorre reparo celular e tecidual; os órgãos descansam e se recuperam; hormônios essenciais para metabolismo, crescimento, humor, estresse, fome e saciedade são regulados; a imunidade se fortalece; a aprendizagem se consolida; e o cérebro faz uma limpeza profunda de toxinas — um processo fundamental para prevenir declínio cognitivo e doenças neurodegenerativas.

O sono afeta diretamente sua disposição, sua motivação, sua paciência, sua clareza mental, sua criatividade, sua memória, sua energia e a forma como você responde ao mundo. Sensações de irritabilidade, ansiedade, tristeza e raiva tornam-se mais comuns.

A falta de sono provoca até vieses cognitivos, nos fazendo interpretar mais negativamente as situações e tomar decisões piores.

Sem sono, até pensamentos simples parecem mais difíceis. Com sono, a vida flui.

Não há saúde integral sem olhar para o sono. Ele é um pilar que sustenta todas as outras escolhas. Nos dá  mais energia para fazer escolhas de estilo de vida mais saudáveis 

Impacta seu presente e seu futuro. 

E tem efeito devastador a longo prazo: aumenta risco de hipertensão, diabetes, obesidade, depressão, ansiedade, doenças cardiovasculares, AVC, alguns tipos de câncer e transtornos de humor.

Dormir bem aumenta a probabilidade de afastar demência no futuro.

E vale lembrar: o padrão do sono muda com a idade, mas isso não deveria significar um sono de má qualidade. Precisamos cuidar dos transtornos do sono, como apneia e despertares precoces. E isso acontece com mudança de estilo de vida.

Problemas com o sono são um sinal precoce para um diagnóstico.

Qual o preço de não priorizar o sono?

Talvez você reconheça frases como: “Durmo pouco, mas funciono”, “Sou da noite”, “Cinco horas estão ótimas”, “Depois eu compenso”. Mas o corpo não funciona assim. Ele funciona em ritmos. E ritmos, quando quebrados diariamente, cobram um preço.

Se você pensa que está sendo mais produtiva gastando menos horas dormindo, está errada. Mesmo que tenhamos a impressão de que estamos adaptados a isso — “eu já me acostumei”.

Essa adaptação é falsa: a privação de sono aumenta o cortisol, desregula hormônios da fome e saciedade e nos deixa mais vulneráveis a escolhas alimentares impulsivas e calóricas. Essa escolha diária reduz a atenção, criatividade e nossas competências sociais.

A privação crônica de sono reduz a capacidade de concentração, prejudica decisões, irrita, altera o apetite, reduz libido, aumenta a fome por alimentos mais calóricos, reduz a sensibilidade à saciedade, enfraquece a imunidade, aumenta processos inflamatórios e eleva o risco de doenças cardiovasculares, hipertensão, obesidade, diabetes, depressão, ansiedade e ganho de peso. ​​Também aumenta o risco de alguns tipos de câncer, AVC e está associada a transtornos do humor.

A  privação de sono aumenta em cerca de 24% o risco de mortalidade.

Piora a memória, dificulta o aprendizado, confunde, cansa, esgota. Sem sono, não só perdemos memória, mas como reduzimos a capacidade de interpretar informações e processar o que vivemos. Criamos vieses cognitivos negativos e ficamos mais suscetíveis a interpretar o mundo de forma distorcida.

Aumenta o risco de acidentes e lesões. E, o mais perigoso, faz com que você pare de perceber o quanto está cansada.

Sem sono, acordamos devendo energia. O exercício fica mais difícil, a alimentação perde qualidade, a disposição some, o humor muda, a paciência diminui e o dia parece sempre difícil demais. 

A vida vai ficando mais pesada e o corpo tenta se ajustar à exaustão constante, como se aquilo fosse normal. Não é.

Quando será que vamos parar de glorificar a exaustão?

Vivemos em uma cultura que ainda glorifica o cansaço. A agenda cheia, a falta de tempo, o “não parei nenhum minuto” são vistos como sinais de produtividade. Nesse ambiente acelerado e sobrecarregado em que vivemos, a falta de cuidado acontece sem nem percebemos.

Descansar, por outro lado, vem acompanhado de culpa. Para nós mulheres, algo muito desafiador e até impensável. Ainda existe essa narrativa ultrapassada de que dormir é perder tempo, quando na verdade dormir é ganhar vida.

Enquanto glorificamos a exaustão, ignoramos que a falta de sono está ligada ao aumento de cortisol, compulsões, ansiedade, piora das emoções e até ao risco maior de doenças crônicas. 

Produtividade de verdade não é fazer mais, é fazer o que importa, com presença, energia e clareza. Nada disso existe sem sono. Sono é foco, é autocontrole, é criatividade. 

Sono é regulação emocional, saúde mental, saúde física. Sono é performance.

A ciência é clara: dormir bem não te afasta dos seus objetivos, mas sim te aproxima deles. É uma necessidade fisiológica. É fundamental para a saúde, estabilidade e força.

É preciso virar prioridade na vida. Tudo fica melhor. O corpo e a mente.

Dormir mais é a melhor escolha que você pode fazer pela saúde, pela sua mente e para o seu desempenho.

Um simples hábito que muda tudo. 

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