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Comunidade e Pertencimento: tudo começa e se expande em você.
A saúde começa no vínculo que temos com nós mesmas e se fortalece na comunidade.

Um registro do café das sextas. Aqui, é encontro e autocuidado.
O que acontece quando autenticidade, pertencimento e comunidade caminham juntas?
Por que pertencer a si mesma é tão essencial para construir comunidades que verdadeiramente nos nutrem?
Hoje, vamos aprofundar como a forma de nos pertencermos e nos relacionarmos impacta a nossa saúde.
Olá, tudo bem?
Como está tudo por aí?
Na última edição falamos sobre relações – sobre como somos seres sociais e como a qualidade das nossas relações é determinante para a nossa saúde integral. E eu fiquei pensando… essa reflexão despertou algo em você? Te fez olhar para as suas relações com mais presença?
Hoje, quero ir um pouco mais fundo nesse tema. Até porque, há mais de dois meses, entrei em uma comunidade de mulheres empreendedoras criada com o propósito de oferecer um espaço vivo de pertencimento, o The F.O.B.
Confesso que entrei para networking, mas tenho encontrado muito mais do que isso: conexão genuína, interesse, troca, apoio, suporte. E sim, parceria.
E sabe o que mais? Potência! O poder de estar junto é empolgante demais.
Tem convites para cafés online, encontros, conversas e experiências para crescermos e aprendermos juntas, como mulheres e como profissionais.
Além disso, todas as sextas-feiras tenho um café com amigas brasileiras que, assim como eu, são mulheres, mães e profissionais construindo suas vidas aqui em Portugal. Começou comigo e com uma amiga, e hoje sempre aparece alguém nova. É um encontro simples, mas cheio de significado. Conversas leves, outras profundas, risadas, partilhas, apoio. Esse pequeno ritual semanal me traz um senso de pertencimento e também força, alegria, autocuidado e conexão.
E, na semana passada, eu mesma acabei criando um novo grupo de amigas minhas que não se conheciam, mas que são todas corredoras de maratona aqui em Portugal. Agora estamos formando um grupo para correr juntas por aqui. Está sendo incrível ver como um simples convite pode abrir espaço para novas conexões, mais leveza e, claro, mais experiências e trocas.
Então, vamos falar sobre comunidade e pertencimento?
Porque tudo isso nasce antes dentro de nós.
E essa é uma conversa essencial para quem deseja construir uma vida mais leve, saudável e consciente.
Marina Rondon
www.arquiteturadevidasaudavel.com
Por que uma comunidade é tão importante para a saúde?
Uma comunidade é formada a partir da nossa identidade social compartilhada, quando pessoas se reúnem com valores e interesses comuns, algo que nos conecta e traz um senso de pertencimento maior.
Esse sentimento profundo e mútuo de comunidade melhora nossa saúde de forma geral. De verdade. Traz benefícios para a expectativa de vida, para o crescimento pessoal, para o aprendizado. Sentimos que somos necessários aos outros e ganhamos mais força para trabalhar em direção a objetivos compartilhados. Reduz riscos de morte, doenças do coração, ansiedade, depressão e declínio cognitivo.
Qualquer grupo que tenha um elemento comum, como localização, fase de vida, interesses, cultura, histórias, diagnósticos, esporte…pode criar sensação de pertencimento, especialmente quando existe apoio mútuo, cooperação, interação, partilha e cuidado.
Quantos grupos de mães existem por aí? Expatriadas, empreendedoras, clubes do livro, de corrida… Eu estou em alguns.
E você, faz parte de alguma comunidade?
Precisa ser um espaço onde podemos ser quem somos, com liberdade para compartilhar sem medo de julgamento, ouvir e ser ouvida, desenvolver relações de cuidado. E, para isso, claro, existem limites e regras, muitas vezes orgânicas, mas que precisam ser claras o suficiente para criar segurança, para que possamos ser vulneráveis.
Quando compartilhamos valores e propósito, podemos nos sentir confiantes em ser quem somos. As conversas íntimas fluem.
Uma verdadeira conexão traz intimidade e leveza na vida.
Antes de buscar pertencimento no mundo, precisamos nos pertencer.
Você já se perguntou quantas vezes moldou comportamentos, opiniões ou até partes inteiras de quem você é… só para se sentir aceita?
Quantas vezes suavizou sua verdade, silenciou necessidades, segurou limites, escondeu vulnerabilidades ou deixou de expressar o que realmente sentia, com medo de não ser suficiente, de ser demais ou de não ser amada?
Todas nós já fizemos isso. Fazemos porque buscamos pertencimento.
Mas aquilo que chamamos de “pertencer”, se adaptar, agradar, caber e não tem nada a ver com pertencimento verdadeiro. Isso é se encaixar.
E se encaixar, na prática, é desconexão.
O pertencimento real começa quando não precisamos deixar partes de nós para trás. Não existe saúde ou bem-estar quando você precisa se abandonar para ser aceita.
Pertencimento nasce quando nos permitimos ser inteiras, imperfeitas, humanas e verdadeiras.
Envolve refletir sobre quem somos em cada fase da vida, para nos nutrir de acordo com as nossas necessidades atuais.
Falei sobre isso na edição passada, sobre atualizar nossas relações de acordo com a mulher que estamos nos tornando e isso também vale para comunidades. Às vezes, alguns grupos deixam de fazer sentido.
Eu, por exemplo, participava de um grupo de corrida com mulheres focadas em performance. Tinham flexibilidade para treinar, para descansar, para se dedicar ao esporte. Quando virei mãe… já sabe, né? Eu não me sentia mais pertencente àquele lugar, que por anos tinha sido tão meu. Amei tudo que vivi ali, mas precisei atualizar o meu grupo.
Quando temos um grupo que ressoa com quem somos e com o que estamos vivendo agora, enfrentar desafios e buscar soluções fica mais leve. Traz união, segurança, acolhimento e, muitas vezes, ajuda real.
É preciso encontrar pertencimento onde somos autênticas.
E é aqui que construímos uma vida saudável de forma integral.
Pertencer ao mundo começa em pertencer a si.
Antes de qualquer relação com o outro, existe a relação com você.
Você é uma boa amiga para si mesma?
É dali que nasce a qualidade de tudo o que você vive.
Quando você pertence a si, você conhece seus limites com clareza, constrói relações mais verdadeiras, diz “não” com leveza, fala “sim” com coerência, nutre vínculos mais profundos.
O corpo se acalma. A mente se organiza. A energia volta.
Pertencer a si mesma é criar um ambiente interno seguro.
É confiar em você. É poder contar com você mesma
Saúde é viver em coerência com quem somos.
Nas últimas edições, construímos juntas a base de uma saúde integral: coragem, autenticidade, medos, simplicidade, priorização, estilo de vida, corpo–mente, propósito, princípios e pilares da nossa Casa da Vida.
Tudo tem como base a autenticidade.
A coragem e ousadia de ser quem somos.
Brené Brown define o verdadeiro pertencimento como o oposto de se encaixar. É acreditar e pertencer ao seu eu mais autêntico. É uma prática espiritual. Quando estamos conectadas com quem realmente somos, nos sentimos inspiradas a compartilhar essa verdade com o mundo e aí encontramos pertencimento com os outros.
O verdadeiro pertencimento não é um ato passivo.
Verdadeiro pertencimento exige vulnerabilidade. Exige presença. Exige mostrar o nosso eu verdadeiro.
Tem como não amar sempre a Brene Brown?
Autenticidade é habitar nossa verdade com coragem. É alinhar o que sentimos, pensamos e fazemos.
Isso afeta diretamente a nossa saúde emocional, mental, corporal, relacional e espiritual.
Autenticidade é energia vital.
O corpo sabe quando não pertencemos a nós.
Quando não pertencemos a nós mesmas, o corpo sente.
Ele registra a tensão de não dizer o que precisa ser dito, a ansiedade de esconder sentimentos verdadeiros, o cansaço de se ajustar, a tristeza de não se sentir vista, a irritação de ultrapassar limites. Registra, principalmente, a exaustão de viver desconectada da própria essência.
Tudo isso traz esgotamento emocional, mental e físico. Afeta todas as dimensões da saúde.
Viver desconectada de si desregula o corpo, a mente e a vida.
Pertencer a si é um processo. Requer presença, curiosidade e coragem.
E é o que sustenta a saúde que você deseja viver.
O que você tem feito para se caber? Você fala a sua verdade? Você se escuta?
Você honra o que precisa?
Pequenas práticas de começar a mais pertencer a si mesma.
Como podemos cuidar mais da nossa autenticidade e, ao mesmo tempo, fazer parte de comunidades que nos representam e fortalecem?
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